A atenção primária à saúde (APS) foi definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1978 como “Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tomados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que tanto a comunidade quanto o País possam arcar em cadaestágio de seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e autodeterminação. É parte integral do sistema de saúde do País, do qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde” (Declaração de Alma-Ata, Genebra, 1998).
Embora a medicina moderna esteja bem desenvolvida na maior parte do mundo, a OMS reconhece que grande parte da população dos países em desenvolvimento depende da medicina tradicional para sua atenção primária, tendo em vista que 80% dessa população utilizam práticas tradicionais nos seus cuidados básicos de saúde e 85% deles utilizam plantas ou preparações feitas com elas (MS, 2007). A Assembléia Mundial de Saúde, em 1987, reiterou as recomendações feitas pela Declaração de Alma-Ata e recomendou enfaticamente aos Estados membros iniciar programas amplos relativos à identificação, avaliação, preparo, cultivo e conservação de plantas usadas em medicina tradicional; e assegurar a qualidade das drogas derivadas de medicamentos tradicionais extraídos de plantas, pelo uso de técnicas modernas e aplicações de padrões apropriados e boas práticas de fabricação (BPF) (MS, 2007). Em 1991, a OMS reforçou a importante contribuição da medicina tradicional na prestação de assistência social, especialmente às populações que têm pouco acesso aos sistemas de saúde, e solicitou aos Estados-membros que intensificassem a cooperação entre praticantes da medicina tradicional e daassistência sanitária moderna, principalmente no tocante ao emprego de remédios tradicionais de eficácia científica demonstrada, a fim de reduzir os gastos com medicamentos. Sugeriu, também, que todos esses remédios fossem aproveitados plenamente e que os produtos naturais, em particular os derivados de plantas, poderiam conduzir ao descobrimento de novas substâncias terapêuticas (MS, 2007). Sendo assim, selecionamos alguns distúrbios menores, ou seja, patologias ou estados físicos que não são considerados graves, e sugerimos tratamentos com plantas presentes na Farmacopéia Brasileira. Lembramos que é necessário voltar aos capítulos anteriores ou o contato com o seu conselho declasse para verificar a possibilidade de recomendação ou prescrição de cada forma farmacêutica (droga vegetal, tintura, extrato seco, xarope). (PANIZZA, 2010)
|