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As Abelhas

Abelhas

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Apis Mellifera

Abelha Européia (Apis Mellifera)

As abelhas são insetos da ordem Hymenoptera que existem há cerca de 125 milhões de anos. Pelo mundo existem mais de 20.000 espécies, sendo que nas regiões tropical e subtropical são mais abundantes. No Brasil estima-se que existam mais de 2.500 espécies de abelhas distribuídas em cinco famílias. Dentro das famílias há muitos gêneros e espécies de abelhas das mais diversificadas formas, cores e tamanhos. Cada espécie apresenta uma característica própria e desempenha um papel particular na natureza.

As abelhas possuem o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome, e possuem níveis de organização social diferentes, sendo classificadas como sociais, solitárias e para-sociais.

Sociais
Vivem muitos indivíduos no mesmo ninho desempenhando diferentes atividades ao longo de suas vidas. Nesse sistema organizacional, as abelhas se dividem em machos e fêmeas, e estas em duas castas, as operárias e a rainha. Cada casta apresenta uma atividade, ou conjunto de atividades específicas.

Solitárias
Vivem sozinhas na natureza e constroem seus ninhos e abandonam os mesmos logo após a postura dos ovos.

Para-sociais
São abelhas que não apresentam ninhos com muitos indivíduos ou divisão de castas bem definidas, e ocorre sobreposição de geração entre a mãe e sua cria. Nesse processo, uma fêmea funda seu ninho sozinha, constrói as células, bota os ovos, fecha as células e permanece no ninho aguardando o nascimento de seus descendentes. Ela alimenta suas crias após o nascimento e um tempo depois ela morre. As novas abelhas que nascem procuram outros locais para a construção dos seus ninhos e uma das filhas pode permanecer no ninho da mãe e construir novas células para suas crias.

Ninhos
Para a construção dos seus ninhos, as abelhas utilizam madeira morta, areia, barro, folhas, pétalas de flores, óleos florais, resinas, e muito mais.

Alimentação

As abelhas utilizam recursos retirados das flores para a sua alimentação, como os grãos de pólen, uma importante fonte de proteína e sais minerais; o néctar, que é a principal fonte de carboidratos; os óleos florais constituem a fonte mais importante de lipídeos para as abelhas coletoras de óleos. Para essa coleta e transporte de alimento, as abelhas apresentam estruturas especializadas, de acordo com seu gênero.

Classificação

As abelhas também podem ser classificadas como espécies sem ferrão e com ferrão.

Dentre as espécies que possuem o ferrão desenvolvido, a mais comum é a Apis Mellifera, também conhecida como abelha europeia, africana ou italiana. É uma abelha de origem europeia, portanto não é nativa do Brasil, sendo que foi introduzida no país em 1839 pelos portugueses. É a abelha mais criada no ocidente, possuindo diversas sub-espécies. As pessoas que trabalham com esta espécie de abelha é dado o nome de Apicultor.

As abelhas nativas sem ferrão possuem o seu ferrão atrofiado e pertencem à família Meliponinae, e comumente podem ser subdividas em duas tribos Meliponini e Trigonini (a qual pertence a abelha Jataí), cada uma com características específicas de manejo. As pessoas que trabalham com estas espécies de abelha é dado o nome de Meliponicultor.

 

Abelhas Nativas

Abelha Mandaçaia

Abelha Mandaçaia (Melipona Quadrifasciata)

O conhecimento sobre as abelhas sem ferrão e a meliponicultura nas Américas é muito antigo quando comparado com as atividades envolvendo, nesse continente, as abelhas Apis mellifera (popularmente conhecidas como européias, italianas ou africanas).

Há muito tempo, povos indígenas de diversos territórios se relacionam com os meliponíneos de muitas formas, seja estudando-os, criando-os de forma rústica ou explorando-os de forma predatória.

Antes da chegada da abelha Apis mellifera no continente americano, ou da exploração da cana para fabricação de açúcar, o mel das abelhas nativas caracterizava-se como principal adoçante natural, fonte de energia indispensável em longas caçadas e caminhadas que esses povos realizavam na busca por alimento.

Muito do conhecimento tradicional acumulado pela população nativa foi gradativamente assimilado pelas diferentes sociedades pós-colonização, tornando a domesticação das abelhas sem ferrão uma tradição popular que se difundiu principalmente nas regiões norte e nordeste do Brasil.

A herança indígena presente na atual lida com as abelhas é evidenciada pelos nomes populares de muitas espécies, como Jataí, Uruçu, Tiúba, Mombuca, Irapuá, Tataíra, Jandaíra, Guarupu, Manduri e tantas outras.

A diversidade de saberes e práticas aplicadas na meliponicultura atual é diretamente proporcional à diversidade de abelhas, culturas e ambientes onde a atividade se manifesta.

Classificação e Distribuição

As abelhas sem ferrão são insetos sociais de grande diversidade e ampla distribuição geográfica. Nas últimas décadas, diversas propostas de classificação zoológica destas abelhas foram propostas.

A classificação utilizada aqui (que não adota uma linguagem estritamente científica), embora não seja a mais atualizada, é a mais didática, e separa essas abelhas em dois grupos distintos: os Meliponini e os Trigonini.

As abelhas sem ferrão, ou meliponíneos, ocorrem em grande parte das regiões tropicais da Terra, ocupando praticamente toda a América Latina e África, além do sudeste asiático e norte da Austrália. Entretanto, é nas Américas que grande parte da diversidade de espécies ocorre – são aproximadamente 400 tipos descritos, conforme catalogação recente – e que a cultura de criação destes insetos se manifesta de forma mais intensa.

Os tipos de abelhas ou Castas

Existem nas colônias dos meliponíneos três tipos básicos de indivíduos: as rainhas (poedeiras ou virgens) e as operárias – ambas fêmeas – e os machos. As rainhas poedeiras realizam a postura dos ovos que dão origem a todos os tipos de abelhas. São também responsáveis pela organização da colônia, comandada por um complexo sistema de comunicação baseado no uso de feromônios.

Normalmente uma colônia possui apenas uma rainha poedeira, mas existem relatos da existência de colônias e espécies com duas ou mais. As rainhas virgens são poedeiras em potencial e estão sempre disponíveis nas colônias para uma eventual substituição da rainha poedeira em caso de morte ou enxameagem. Podem chegar a representar 25% dos indivíduos de uma colônia.

Os machos são indivíduos reprodutores e vivem basicamente para acasalar com rainhas virgens. Entretanto, diferentemente das abelhas Apis mellifera, podem realizar alguns pequenos trabalhos, como a desidratação de néctar e a manipulação de cera.

As operárias são responsáveis pela grande força de trabalho da colônia. Elas cuidam da defesa, manipulam os materiais de construção, coletam e processam o alimento. Representam a maior parte das abelhas de uma colônia, podendo chegar a mais de 80% dos indivíduos.

50 plantas nativas atrativas para abelhas mandaçaia (Melipona Quadrifasciata)

As abelhas são responsáveis pela polinização da maior parte das espécies de planta na maioria dos biomas onde são encontradas (Silberbauer-Gottsberger & Gottsberger 1988), inclusive nos agroecossistemas (revisão em Kremen et al. 2007). As abelhas coletam seu alimento (pólen e néctar) nas flores e, nestas visitas, muitas vezes, acabam fazendo parte do processo de polinização.

Plantas polinizadas por elas são chamadas melíferas ou melitófilas (Faegri & ven der Pijl 1979).

Nos levantamentos faunísticos, uma das principais metodologias de coleta utilizadas (Sakagami et al. 1967) captura as abelhas nas flores (Silveira et al. 2002), resultando em extensas listas de espécies visitantes florais e plantas visitadas.

Estas listas auxiliam na identificação de potenciais polinizadores das espécies vegetais.

Este trabalho teve como objetivo compilar as abelhas nativas e as plantas melitófilas amostradas em algumas localidades nos dois biomas mais representativos do Estado de São Paulo: Mata Atlântica e cerrado.

Para esta compilação foram considerados os resultados de quatro trabalhos que amostraram abelhas nas flores nos dois principais biomas do Estado de São Paulo: Mata Atlântica e cerrado.

Três deles foram realizados na Mata Atlântica (Ramalho 1995, Wilms 1995, Aguilar 1998) e o quarto em 4 localidades de cerrado (Estação Ecológica de Jataí, Fragmento Limoeiro, Fragmento Posto e Parque
Estadual de Vassununga) (Pinheiro-Machado 2002).

 

ABELHA MANDAÇAIA – Melipona quadrifasciata

CERRADO

Schefflera vinosa

Vernonia sp.

Couepia grandiflora

Campomanesia pubescens

Ouratea spectabilis

Styrax ferrugineus

 

MATA ATLÂNTICA – MORRO GRANDE (Cotia – SP)

Baccharis capprariaefolia

Eupatorium maximiliani

Eupatorium velutinum

Piptocarpha axillaris

Vernonia polyanthes

Miconia splendens

Eriobotrya japonica

Psychotria velloziana

Symplocos variabilis

 

MATA ATLÂNTICA – Cantareira (São Paulo – SP)

Eupatorium vautherianum

Machaerium nyctitans

Salvia guaranitica

Cupania oblongifolia

Cupania zanthoxyloides

 

MATA ATLÂNTICA – BORACÉIA (Salesópolis – SP)

Orthosia urceolata

Bidens segetum

Mikania laevigata

Vernonia diffusa

Vernonia puberula

Vernonia westiniana

Cordia sellowiana

Cayaponia sp. a

Dalbergia frutescens

Machaerium oblongifolium

Sclerolobium denudatum

Miconia cabucu

Miconia fasciculata

Miconia inaegidans

Eugenia reitziana

Eugenia sp. a

Eugenia sp. b

Myrceugenia myrcioides

Myrcia glabra

Myrcia tomentosa

Coccoloba martii

Bathysa australis

Psychotria suterella

Psychotria velloziana

Cupania oblongifolia

Cupania vernalis

Solanum concinnum

Solanum inaequale

Solanum megalochiton

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