Metodologias (plantação, produção) Orgânicos / Biodinâmica / Permacultura

O que é Agricultura Biodinâmica e Orgânica

Agricultura Biodinâmica

Toda agricultura biodinâmica é orgânica, mas nem toda forma de cultivo orgânico pode ser considerada biodinâmica.A biodinâmica segue os preceitos orgânicos de banimento de todo e qualquer composto sintético – excluindo adubos, fertilizantes, pesticidas, herbicidas, hormônios de crescimento, além de sementes transgênicas, mas aplica e defende técnicas antroposóficas e até ciclos lunares. Segundo a Associação Biodinâmica, seus compostos são dinamizados a partir de plantas medicinais, esterco e silício (quartzo), que são envoltos em órgãos animais, enterrados no solo e submetidos às influências da Terra e de seus ritmos anuais. O uso da palavra “dinamizadores” me lembrou automaticamente a Homeopatia e realmente o uso dos substratos de origem orgânica, é mais fundamentado na energética do que na bioquímica, como acontece com os orgânicos.Ainda não há uma posição oficial sobre os benefícios do alimento biodinâmico, mas já existe uma imensa polêmica acerca dos vinhos produzidos respeitando esses preceitos.”Não é bruxaria, é energia”:
O método tradicional é o mais comum, o modo antigo, onde os vinicultores usam todos os recursos para produzir um bom vinho. Esperamos que usem os recursos químicos com sabedoria. É a melhor forma de reagir aos caprichos da natureza.

O vinho orgânico está em alta e exige que o produtor use apenas métodos naturais de produção, sem a intervenção de fertilizantes, agrotóxicos ou qualquer outra ajuda química. Para ter um selo de vinho “orgânico”, as restrições são muito duras e os produtores acabam desistindo do método e do selo, ao longo da produção.

O vinho biodinâmico não tem nada haver com o orgânico e está associado a cuidados especiais com a saúde da vinha através dos ciclos da Lua, com aplicações de “sílica” nas vinhas (um tipo de sal) e muitos outros cuidados estranhos. Tratando a vinha como um organismo vivo, quase como uma pessoa, em contacto com a natureza. Foi criada por Rudolf Steiner em 1924. Um produtor biodinâmico de sucesso é Alvaro Palácios, o grande responsável pelo desenvolvimento da região do Priorato na Espanha. Eu não sou especialista, mas pelo que estudei na técnica biodinâmica o produtor usa recursos da natureza para tratar e cuidar da videira, como por exemplo plantar rosas entre as videiras para servir de alarme contra pragas. Colheita manual e uso de animais são práticas desse sistema, que parece muito antigo, mas na verdade hoje é o mais moderno.

Mais informação sobre os vinhos biodinâmicos em “Sem trator nem pesticida”.

Ainda sobre a Biodinâmica, no Planeta Orgânico, encontramos que “de acordo com esta corrente, a saúde do solo, das plantas e dos animais dependem da sua conexão com as forças de origem cósmica da natureza. Para restabelecer o elo de ligação entre as formas de matéria e de energia presentes no ambiente natural, é preciso considerar a propriedade agrícola como um organismo, um ser indivisível. Através do equilíbrio entre as várias atividades (lavouras, criação de animais, uso de reservas naturais), busca-se alcançar maior independência possível de energia e de materiais externos à fazenda. Este é o princípio chamado de “auto-sustentabilidade”, que vale tanto para a agricultura biodinâmica como para todas as outras correntes da Agroecologia.”

Sobre a Biodinâmica, no Wikipedia tem um tom um pouco marketeiro, mas vale dar uma lida:
A Biodinâmica quer lembrar todos os homens que: “A Agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo a ver com todos”.
O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o Ser Humano que conclui a criação a partir de suas intenções espirituais baseadas numa verdadeira cognição da Natureza.
Esse quer transformar sua fazenda ou sítio em um organismo em si concluso e maximamente diversificado; um organismo que a partir de si mesmo for capaz de produzir uma renovação. O sítio natural deve ser elevado a uma “espécie de individualidade agrícola”.
O fundamento para tal é a integração de todos os elementos ambientais agrícolas como culturas do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras culturas permanentes, florestas, sebes e capões arbustivos, mananciais hídricas e várzeas etc. Caso o organismo agrícola se ordene em volta desses elementos, nasce uma fertilidade permanente e a saúde do solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.
A partida e a continuidade desse desenvolvimento ascendente da totalidade do organismo-empresa é assegurado pelo manejo biodinâmico dos tratos culturais agrícolas e do uso de preparados apresentados pela primeira vez por Rudolf Steiner durante o Congresso de Pentecostes. Trata-se de preparados que incrementam e dinamizam a capacidade intrínseca da planta a ser produtora de nutrientes, seja por mobilização química, transmutação ou transubstanciação do mineral morto ou por harmonização e adequação na reciclagem das sobras da biomassa produzida. Preparados que simultaneamente apóiam a planta a ser transmissor, receptor e acumulador do intercâmbio da Terra com o Cosmo.
Adubar na biodinâmica significa, portanto, aviventar ou vivificar o solo e não apenas fornecer nutrientes para as plantas.
A única preocupação que devemos ter é o que fazer para que isso aconteça. Nesse caso é possível abster-se de tudo que hoje em dia parece ser imprescindível. Na Agricultura Biodinâmica não se usam adubos nitrogenados minerais, pesticidas sintéticos, herbicidas e hormônios de crescimento etc. A concepção do melhoramento biodinâmico dos cultivares ou das raças está em irrestrita oposição à tecnologia transgênica. A ração para os animais é produzida no próprio sítio ou fazenda e a quantidade dos animais mantidos está em relação com a capacidade natural da área ocupada.
O agricultor biodinâmico está empenhado em fazer somente aquilo pelo qual ele mesmo pode responsabilizar-se, a saber, o que serve ao desenvolvimento duradouro da “individualidade agrícola”. Isso inclui o cultivo e a seleção das suas próprias sementes como também a adaptação e a seleção própria de raças de animais. Além disso, significa uma orientação renovada na pesquisa, consultoria e formação profissional.
O agricultor biodinâmico aprende, dentro do processo de trabalho, a ser ele mesmo um pesquisador, aprende a participar e transmitir sua experiência a outros e formar dentro do seu estabelecimento um local de formação profissionalizante para gerações vindouras.
Uma renovação desta natureza desperta o interesse das pessoas que vivem nas cidades. Elas ligam-se com esta ou aquela fazenda ou sítio, apóiam e ajudam como podem, tornando-se fieis fregueses. Elas colaboram na formação de mercados regionais tornando-se como associados solidários mútuos. Há iniciativas novas de importância fundamental em toda parte para que a Agricultura possa enfrentar com sua autonomia regional a globalização do mercado mundial. Agricultura não é somente profissão para ganhar dinheiro, mas é principalmente encargo de vida, é vocação.

O mais importante nessa discussão toda, é verificar se o alimento orgânico, biodinâmico ou não, é certificado pela ABIOIBD ou qualquer das certificadoras apresentadas na imagem acima.
E já existem lojas vendendo os produtos de cultivo biodinâmico a granel, especialmente o arroz integral.

Fonte: http://caroldaemon.blogspot.com.br/

Tudo que você queria saber sobre orgânicos, mas não tinha uma nutricionista para perguntar

Referência quando se trata de alimentos orgânicos e nutrição, Dra. Elaine de Azevedo esclarece, nesta entrevista, muitas dúvidas básicas de quem opta por consumir orgânicos e busca argumentos científicos e bem embasados para isto. Alimentos orgânicos são, afinal, mais nutritivos do que os convencionais? Quais os riscos de ingerir doses mínimas de resíduos de agrotóxicos diariamente, mesmo que tais doses estejam dentro dos padrões permitidos pela Anvisa? Qual a funcionalidade dos alimentos orgânicos? Adianta lavar alimentos com resíduos de agrotóxicos?
Esta e outras dúvidas Dra. Elaine, formada nutricionista pela UFPR, com mestrado em agroecossistemas e doutorado em sociologia política pela UFSC, além de pós-doutorado em saúde pública pela USP, responde com clareza. Seu interesse pelos orgânicos parte da premissa de que o conceito de alimento saudável deve ser expandido em toda rede de produção: saudável para as plantas e animais, para quem produz, para o meio ambiente, para quem consome. O início de sua formação começou com um curso de aperfeiçoamento em medicina antroposófica, que dá prioridade ao consumo de alimentos biodinâmicos. Em estágios realizados em clínicas e hospitais antroposóficos na Alemanha, Áustria e Suíça, conheceu o movimento ambientalista europeu, que acolhia a discussão sobre o impacto da agropecuária sobre a saúde e meio ambiente.

Desde que voltou ao Brasil, em 1991, vem se dedicando a divulgar os benefícios dos alimentos orgânicos entre o público leigo e os especialistas. Hoje, dedica-se a ministrar palestras e cursos sobre consumo sustentável, riscos ambientais e sistema agroalimentar, qualidade do alimento orgânico e agricultura e saúde coletiva em diversas instituições e eventos em todo o Brasil. Atualmente é professora na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados, em Mato Grosso do Sul e é diretora de Conteúdo do Portal Orgânico.

Outra novidade é que seu livro, um dos mais consistentes compêndios sobre alimentos orgânicos já publicados em língua portuguesa, “Alimentos Orgânicos”, deverá ser reeditado ainda neste semestre pela Editora Senac. Vamos às dúvidas. E aos fatos.

PORTAL ORGÂNICO: Os alimentos orgânicos são mais nutritivos do que os convencionais? 
DRA. ELAINE: Primeiro de tudo é bom lembrar que existem vários aspectos de qualidade do alimento orgânico. O valor nutricional é um deles. Mas existem outros, como toxicidade, que é o principal diferencial, durabilidade e características sensoriais, como sabor, cor e textura. Podemos dizer que, a princípio, os orgânicos não têm maior valor nutricional, e sim melhor valor nutricional.

PORTAL ORGÂNICO: Por quê?
DRA. ELAINE: Vamos fazer uma relação com o ser humano. Quando comemos demais, não quer dizer que estejamos bem nutridos. Ao contrário. Pode surgir uma tendência à obesidade. E, se comemos pouco e mal, ficamos desnutridos. O ideal, então, é termos a qualidade e a quantidade de nutrientes adequada para a nossa espécie. Nas plantas é a mesma coisa. O solo deve fornecer o necessário, não o excesso. Um solo saudável, enriquecido com adubos orgânicos, é rico em muitos tipos de minerais. Os vegetais cultivados convencionalmente, à base de fertilizantes sintéticos – compostos unicamente de grandes quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio de alta solubilidade, o adubo NPK –, acabam absorvendo grandes quantidades de nitrogênio do solo. Por isso, formam mais proteína, mas também mais nitrogênio livre, criando um desequilíbrio interno na planta. Esses vegetais que têm nitrogênio em excesso atraem mais pragas e por consequência tem-se que usar mais agrotóxicos para combatê-las. Ou seja, ter mais proteína não significa necessariamente ser um alimento mais saudável. Já a planta cultivada organicamente recebe e absorve somente os nutrientes de que precisa e tem um equilíbrio no valor nutritivo em geral. Não me refiro especificamente a carboidratos, lipídios e proteínas, que, tanto nos alimentos orgânicos quanto nos convencionais, são formados pela ação da luz solar, pela fotossíntese. Nisso eles podem ser muito semelhantes. Aliás, não são esperadas grandes diferenças de valor nutritivo entre orgânicos e convencionais.

PORTAL ORGÂNICO: Então o que diferencia o alimento orgânico do convencional em termos nutricionais, afinal?
DRA. ELAINE: É a qualidade do solo. Há pesquisas realizadas com alguns alimentos vegetais que comprovam a superioridade de minerais dos orgânicos. São poucas pesquisas ainda, mas nelas se provou que é no teor de mineral que o alimento orgânico pode se diferenciar do convencional. E existem estudos que mostram que o teor dos minerais nos alimentos diminuiu muito por causa dos métodos da agricultura convencional. Por isso os especialistas receitam cada vez mais suplementos sintéticos. Os solos estão pobres; os alimentos produzidos neles também.

PORTAL ORGÂNICO: Além do equilíbrio mineral, há mais alguma diferenciação entre o orgânico e o convencional?
DRA. ELAINE: Sim. Também é comprovado por meio de pesquisas que os alimentos orgânicos têm maior teor de fitoquímicos, substâncias como isoflavona, sulforaceno e licopeno, foco da nutrição funcional. No tomate orgânico, por exemplo, há maior teor de licopeno. Essas substâncias têm diferentes funções no organismo e na planta elas funcionam como um sistema de defesa; ou seja, o sistema imunológico da planta produz fitoquímicos. Os vegetais orgânicos têm que desenvolver um sistema de defesa mais eficiente porque não recebem o agrotóxico que controla as doenças. Novamente, comparando com o organismo humano, se o corpo está bem nutrido (como uma planta orgânica), ele tem um sistema de defesa que produz anticorpos de forma mais eficiente. A planta produz fitoquímicos. E, no caso de alimentos de origem animal, os orgânicos têm, comprovadamente, gordura de melhor qualidade, porque os animais criados organicamente têm a possibilidade de caminhar, ciscar, se movimentar. Aí também comparo conosco: quando fazemos exercícios regularmente, temos gordura corporal de melhor qualidade. Há várias pesquisas que comprovam que os alimentos orgânicos de origem animal (carnes, leites, ovos) têm taxas iguais de ômegas 3 e 6, maior teor de ácidos graxos insaturados e menores teores de ácidos graxos saturados. É bom ressaltar que o teor de gordura de proteína animal orgânica não é maior nem menor. É melhor.

PORTAL ORGÂNICO: São gorduras melhores para o nosso organismo absorver, é isso?
DRA. ELAINE AZEVEDO: A gordura insaturada eleva o nível de lipoproteína de alta densidade no sangue (HDL ou “colesterol bom”) e reduz o nível de lipoproteína de baixa densidade no sangue (LDL, ou “colesterol ruim”). Quando citei a relação entre ômegas 3 e 6, que é de um para um, isso indica também que a gordura é de melhor qualidade. A relação de equilíbrio entre os dois tipos de ácido linoléico (3 e 6) ajuda a evitar os problemas associados ao consumo excessivo de ômega 6 na dieta. Entre tais problemas estão as doenças cardíacas; a arteriosclerose; alguns tipos de câncer; hipertensão; colite e alguma doenças ósseas São assuntos bastante técnicos e o mais fácil é dizer: são alimentos que apresentam gordura de melhor qualidade, uma vez que o animal se exercita.

PORTAL ORGÂNICO: Há pesquisas que comprovam efetivamente tudo isso?
DRA. ELAINE AZEVEDO: Sim. Há várias que demonstram o teor aumentado de fitoquímicos e a qualidade da gordura animal. Em alguns vegetas pesquisados também foi comprovado o maior equilíbrio de minerais. No teor de proteínas, carboidratos e lipídios, porém, se fala em controvérsias na pesquisa. É uma controvérsia que, na verdade, não vai se diluir, porque não se esperam diferenças entre orgânicos e convencionais no quesito valor nutricional. E é um aspecto difícil de pesquisar. O simples transporte do alimento, a quantidade de luz solar ou água que a planta recebe já mudam o valor nutricional, então é um aspecto que precisa ter muito controle para a realização de estudos comparativos. Mas de qualquer maneira não é sob esse aspecto que se pode dizer: ah, é aí que os orgânicos se destacam. Não é por aí. Eu insisto que o valor nutricional não é o aspecto mais importante para definir a qualidade de um alimento. É muito reducionista.

PORTAL ORGÂNICO: O fato de alguns alimentos orgânicos serem mais caros em alguns casos não seria neutralizado então pelo maior benefício que eles proporcionam à saúde?
DRA. ELAINE AZEVEDO: Bem, você já respondeu. Digamos, porém, que este valor mais caro é algo relativo, já que os orgânicos efetivamente proporcionam maior benefício à saúde. Não só à saúde humana, mas também à saúde do meio ambiente, que, por tabela, também acaba refletindo na saúde humana. Então esse adicional de preço justo – que deve ser justo, e não 100% a mais, ou um preço especulativo – já implica tratar-se de alimento de melhor qualidade. Todo e qualquer produto melhor custa mais. Então a própria lei do mercado está implícita no alimento também. O produto orgânico é mais caro porque tem melhor qualidade. Mas, repito, não pode ser um preço abusivamente mais caro que torne o alimento elitizado. Pensando de outro modo: no caso dos alimentos convencionais, que são mais “baratos”: qual o real valor de um alimento barato que promove exclusão social do agricultor familiar, causa doenças e ainda degrada o meio ambiente? Que barato é este? É preciso pensar de forma sustentável a médio e longo prazos.

PORTAL ORGÂNICO: Quais os riscos de diariamente ingerirmos resíduos de agrotóxicos, mesmo que eles estejam dentro dos padrões da Anvisa? Não há o risco de acumulação no organismo, pois se diariamente ingerimos a dose recomendada em vários produtos, não teríamos no fim uma grande quantidade de resíduos ingerida?
DRA. ELAINE: Então, esta é uma pergunta difícil de responder. E explico por quê: os efeitos dos agrotóxicos são cumulativos. Aliás, todo problema relacionado à alimentação tem esse efeito. Mas não há como comprovar, literalmente, se o câncer que determinada pessoa teve depois de 30 anos consumindo alimentos convencionais está relacionado ao agrotóxico. Há estudos que mostram a relação de vários tipos de câncer com alguns agrotóxicos e, mais recentemente, detectou-se a relação entre o Mal de Parkinson e agrotóxicos na França. Mas todas essas doenças são multicausais. Não é só o agrotóxico que causa o câncer. E é justamente a multicausalidade das doenças que torna extremamente difícil a gente dizer qual é a dose inócua para o organismo. Não dá para dizer: qual é a dose certa do veneno?  Veneno é veneno. Se você usar pouco, com certeza o efeito vai ser mais de longo prazo. É aquela história: se você fumar pouco, continua sendo maléfico, mas você vai ter o efeito a mais longo prazo do que se fumar muito. Se alguém bebe o agrotóxico, morre. Se usa um pouquinho ao longo da vida, poderá ter uma doença crônica, não aguda. Mas continua a ingerir veneno e as consequências disso vão aparecer um dia. Outra coisa é que a “quantidade certa” de ingestão de agrotóxicos também não existe. É veneno. Vai ter repercussão em alguma instância. Mas nós não estamos ingerindo a quantidade certa. Estamos ingerindo mais, daí é difícil calcular riscos.

PORTAL ORGÂNICO: Então estamos ingerindo em excesso?
DRA. ELAINE: Claro. A gente nunca ingeriu na quantidade certa, tanto é que a Anvisa tem mostrado os alimentos que estão fora dos padrões. E, além disso, consumimos venenos já proibidos em outros países. É um abuso.

PORTAL ORGÂNICO: Mas boa parte das irregularidades detectadas na Anvisa era referente a uso não permitido de agrotóxicos em determinadas culturas, e não necessariamente ao excesso de limites.
DRA. ELAINE AZEVEDO: Esse é outro problema que enfrentamos. Entretanto, olha só: estou agora acabando de redigir uma pesquisa com alguns produtores de Dourados (MS), onde eu dou aulas na universidade. E os grandes produtores acham simplesmente que, se usar a dose certa, recomendada, não tem problema. Isso é recorrente. Mas essa realidade, efetivamente, nós não conhecemos.

PORTAL ORGÂNICO: Você acha então que o agricultor utiliza acima da dose certa?
DRA. ELAINE AZEVEDO: Sim. Especialmente o pequeno agricultor, aquele que produz alimentos para nosso consumo. Não se sabe, porém, nem se o uso na dosagem certa seja melhor ou inócuo. Assim como também não temos ainda estudos conclusivos que mostram que há mais câncer no Brasil por causa de agrotóxicos. Em algumas regiões de uso intensivo de agrotóxicos, como a região do fumo, por exemplo, há maior índice de suicídios e depressão relacionados ao uso de agrotóxicos do que em regiões onde não se cultiva fumo. Essa falta de conclusões científicas é que permite que se continue usando. Para nos deixar ainda mais intranquilos, nos países com maior controle do uso e quantidade de agrotóxicos também aparecem estudos e repercussões dos seus efeitos, como a França e a Inglaterra. Ali também existem preocupações relacionadas ao uso de agrotóxicos, inclusive doenças não ocupacionais, ou seja, aquelas não ligadas diretamente a quem trabalha com agrotóxicos. Há várias pesquisas no meu livro, que mostram os efeitos do uso de agrotóxicos nas populações no entorno de áreas de uso intensivo de veneno. E também nas populações em geral. Aqui, no Brasil, começamos recentemente a nos preocupar com o controle de agrotóxicos e órgãos como a Anvisa e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) começam a se mobilizar mais efetivamente. Estamos ainda dentro do critério de risco e não de perigo. Explico: perigo a gente conhece a causa (com pesquisas provando, como o perigo do fumo); risco a gente não pode provar, como os agrotóxicos. Estamos bem dentro deste critério de risco para discutir agrotóxicos. São várias conjecturas e várias questões que se entrelaçam para chegarmos ao nível de formularmos um possível perigo.

PORTAL ORGÂNICO: Como está a pesquisa ligada à nutrição e agrotóxicos no Brasil?
DRA. ELAINE AZEVEDO: A área da saúde coletiva tem se preocupado mais e existe preocupação cada vez maior na relação de doenças e agrotóxicos. Na área da nutrição a pesquisa é quase inexistente. Poucos nutricionistas e médicos incorporaram o conceito orgânico no contexto de qualidade alimentar. Quem tem o interesse de apoiar essas pesquisas? A Abrasco acabou de lançar um dossiê sinalizando a escassez de pesquisas na área.

PORTAL ORGÂNICO: Há maneiras de eliminar os resíduos de agrotóxicos nos alimentos?
DRA. ELAINE AZEVEDO: Não, eliminar não. A grande maioria dos agrotóxicos é metabolizada até a semente. Então, o que você tira na lavagem é o excesso da casca. Pode retirar utilizando uma escovinha e tal, mas só retira o excesso, e não o agrotóxico metabolizado pela planta. Não tem como retirar. Ele não fica só na casca. O que você retira na higienização é o excesso. E eu sou contra tirar a casca de um alimento – fonte de fibras e nutrientes – porque temos que diminuir o veneno. Tem que ser orgânico, tem que ser sem veneno.

PORTAL ORGÂNICO: Nem com o agricultor respeitando as carências exigidas pelo fabricante antes de vender o alimento? O agrotóxico não se degradaria naturalmente até o prazo de consumir o produto?
DRA. ELAINE: Não, pois, cumprindo a carência, o que se faz é diminuir exatamente a alta periculosidade do alimento. Se alguém consumir um alimento cuja carência ainda não tenha vencido, esta pessoa estará justamente consumindo veneno em excesso, numa quantidade bem maior do que a recomendada. Agora, pensa bem: a planta metaboliza o veneno, “degrada” e vai para onde? Para algum lugar o agrotóxico tem de ir. É comum um agricultor dizer: “A terra anula o veneno”. Ou seja, ela absorve ou ele evapora. Ou fica na terra, no lençol freático, ou volta como chuva ácida. Um efeito tóxico não se anula. Não tem como sumir.

PORTAL ORGÂNICO: Há diferença de sabor entre o alimento orgânico e o convencional?
DRA. ELAINE: Sim, há diferença. Os mais sensíveis percebem o gosto do veneno em alguns alimentos convencionais. Mas só posso dizer que os orgânicos têm sabor (e também cor, textura, odor) original. Se o sabor é melhor ou pior, é uma questão individual. Por exemplo, tem gente que não gosta de leite orgânico, que lembra “vaca”. Que prefere leite longa vida, industrializado com um sabor que remete ao chocolate; ou questiona a galinha orgânica, caipira, que tem um sabor “mais forte”. Dá para dizer que é melhor? Não. Dá para dizer que é um sabor original do alimento. Agora, existem pesquisas em vegetais que mostram que cenouras e maçãs são mais adocicadas, com maior teor de açúcares. Outro exemplo, a cor amarela intensa do ovo orgânico pode gerar nojo em algumas pessoas, que podem preferir um ovo mais esbranquiçado. Características sensoriais do alimento orgânico é uma questão bem subjetiva. Mas os sabores são diferenciados e por isso os chefs têm preferido os orgânicos.

PORTAL ORGÂNICO: Quais os benefícios de consumir orgânicos?
DRA. ELAINE: Bem, quase todos os benefícios têm a ver com a saúde. O primeiro é que você vai ter alimentos com menor toxicidade e menos resíduos de contaminantes(não só agrotóxicos, mas também adubos, aditivos, drogas veterinárias), que duram mais e que têm um valor nutricional equilibrado e características sensoriais originais. Existe outro aspecto, que é o ambiental. Ao consumir orgânicos, você está preservando a saúde do meio ambiente, que afeta a sua saúde. Quando você compra orgânicos, cuida da qualidade do seu ar, da sua água, da sua terra. Não é o meio ambiente lá fora. É a sua saúde via meio ambiente, porque não dá pra ser saudável respirando um ar poluído e bebendo água contaminada. Porque eu falo isso? Porque as pessoas conseguem pensar o meio ambiente muito fora de si mesmas. Mas o cuidado com o meio ambiente deve começar com seu corpo, sua primeira casa. Hoje o agricultor é o cara que detona ou cuida do seu meio ambiente. Do seu ar, da sua água, da sua qualidade de vida. O terceiro aspecto é que a agricultura orgânica é quase sempre feita por agricultores familiares. Ao consumir orgânicos, você apoia essa forma de agricultura, que é o sistema que produz seu alimento. Não é o agronegócio que produz o que você come no Brasil. Ele produz para exportar. Se você não apoia o pequeno agricultor porque acha que não tem nada a ver com ele, pense pelo menos individualmente: de onde virá sua comida? Se eu ajudo o agricultor a ficar no meio rural, tenho a longo prazo uma cidade de melhor qualidade, com menos desemprego, menos violência, e isso interfere na nossa saúde, que é a saúde social. O que eu gosto muito de enfatizar é que o alimento orgânico tem três âmbitos, que é o da saúde humana, social e ambiental e todos eles têm uma íntima relação com a saúde do indivíduo. Essa é uma forma de pensar saúde de um modo amplo e não reducionista. Comer é um dos atos mais complexos que a gente faz cotidianamente. 

Fonte: Portal Orgânico

Como comprar e reconhecer produtos orgânicos

Existem ainda muitas dúvidas sobre o que são produtos orgânicos, quais as vantagens e como fazer para reconhecer os mesmos.

No tópico sobre carnes orgânicas, surgiram algumas dúvidas sobre quais marcas seriam certificadas ou não e ainda, como confiar nessas certificações.
Barbara Kingsolver em seu maravilhoso livro “O mundo é o que você come” aborda uma questão ainda mais preocupante: caso você freqüente Feiras locais de produtores orgânicos, poderá notar que nenhum pequeno produtor rural é certificado.
O custo das certificações é tão alto que os mesmos iriam à falência caso pagassem tais custas. A autora, amiga pessoal e igualmente fazendeira, compra de velhos conhecidos e produz ela mesma o que sua família consome.

Como sou freqüentadora usual da maior e mais antiga Feira de Orgânicos de minha cidade, aFeira do Russel, resolvi abordar pessoalmente os feirantes e perguntar educadamente se os mesmos eram certificados. Muito poucos tinham a certificação para apresentar.
São pessoas muito simples e que geralmente trabalham em sistema de cooperativa. Esses homens e mulheres não têm como arcar com o custo alto, que, numa indústria, seria proporcional à obtenção de um ISO.
Mesmo os que vendem seus queijos e ovos caseiros, não podem apresentar qualquer garantia legal, o que não se aplica aos produtores tradicionais de queijo de cabra, búfala ou até àNaturallis e Vale da Palmeiras, que produz o melhor queijo de Minas industrializado que já comi, industrializado e orgânico.

Em tese, a comparação é inclusive procedente, pois as certificações internacionais do sistema ISO e OHSAS são certificações de qualidade de gestão e produção, incluindo sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Logo, se pouquíssimas empresas podem arcar com os custos e exigências que envolvem as auditorias para obtenção de uma certificação internacional, um número ainda menor de produtores rurais, pode certificar-se como orgânico.

Alguns produtores rurais entregam em casa, ou fazem “feirinhas particulares” em lojas e mercados de produtos naturais – pode ser ótimo para o consumidor ou não, depende de quem fornece. Já passei pela situação de comprar frutas e vegetais orgânicos por telefone e, quando da entrega, achar os mesmos “grandes e coloridos demais”, iguais aos de cultivos convencionais do supermercado.
Da mesma forma que comprei morangos orgânicos em uma barraca da Feira do Russel (sem certificação) e ao chegar em minha casa, notar que os frutos eram grandes, esbranquiçados e “duplos ou triplos”, fato comum em cultivo com pesticidas químicos, além de completamente distintos aos morangos pequeninos e vermelhinhos da KorinCultivar ou Tamiso (todos certificados pelo IBD).
Consumi, mas não voltei a comprar daqueles fornecedores – o que, por outro lado, não me impediu de continuar comprando de outros que igualmente entreguem em casa ou disponibilizem seus cultivos na mesma feira semanal.
Há uma empresa sólida e muito tradicional que faz esse serviço de entrega, a Sítio do Moinho, além de Paloma Niskier (21 2539-0059 e 21 9823-8240) , cujos produtos me pareceram acima de qualquer suspeita. Caso queira procurar pelos principais pontos de venda e fornecedores em todos os estados do país, o Planeta Orgânico disponibiliza um mapa nacional de venda de produtos orgânicos.

A população em geral tem uma tendência a romantizar a figura do produtor rural e vilanizar à da grande empresa. Existem 2 equívocos nessa postura, primeiro porque a empresa agrícola orgânica (certificada) emprega centenas de pessoas de carteira assinada, cumpre a CLT e é extremamente fiscalizada pelos órgãos públicos e entidades certificadoras, como IBDABIO,CMOECOCERTAVALAECO e afins.
Por último, um pequeno produtor rural, provavelmente não é certificado pelas razões citadas anteriormente, não é fiscalizado já que está à margem dos registros oficiais e, mesmo que seja muitíssimo bem intencionado, nada impede que algum dia, por intempéries climáticas ou um surto de pragas, se veja obrigado a colocar algum “aditivo” e tenha que empregar todas as crianças de sua família para não perder uma safra, o que também pode acontecer em qualquer produção local de subsistência da própria família.

A verdade é que ainda sequer existe uma política nacional que legisle sobre o cultivo de orgânicos. Os 600 selos certificadores hoje disponíveis surgiram por iniciativa bem intencionada dos próprios produtores rurais e hoje, criam mais confusão do que esclarecimento ao consumidor. É muito comum encontrar produtos com mais de 3 certificações e outros, do mesmo produtor, sem nenhuma. Pior, mesmo que esse produtor queira certificar tal produto, talvez não consiga por falta de um selo (dentre 600) que se aplique àquele caso específico.

Como já ensinavam os justos que nos antecederam: na dúvida, deixe seu bom senso prevalecer. Um suco pronto certificado como orgânico, além de hidropirataria, demandou combustível fóssil na logística de transporte e um mundo de embalagens, como tetra-pack oulong neck (ambas não-recicláveis), além de não ser 100% orgânico em sua totalidade, já que a legislação atual só obriga o fabricante a cumprir com 70% de ingredientes orgânicos para conseguir a mesma certificação que um produtor rural não pode pagar. Um suco caseiro, a partir das frutas compradas desse mesmo produtor rural (não certificado), além de mais saudável, é mais seguro.
Lembre ainda que no Ceará, a Ypioca, cacharia tradicional e outrora certificada, secou uma lagoa de reserva indígena.

Já que falamos de sucos, o suco orgânico mais vendido no país tem 2 certificações: IBD eEcoVida certificação participativa, provavelmente obtido antes do IBD.
O mesmo problema se aplica aos polêmicos cosméticos “verdes”.

Comprando a granel, uma das muitas bandeiras desse blog, atente que quase nunca é orgânico e castanhas e frutas secas são pulverizadas com inseticida para afastar roedores e pragas em geral.
Já existem empórios cerealistas vendendo a granel e orgânico.
No bairro do Flamengo (RJ), há 2 lojas de produtos naturais que vendem grãos a granel e orgânicos-biodinâmicos, da BiorgaDemeter e da biodinâmica Wolkmann: Natuflora na Rua Senador Vergueiro, 93 e o Mercadinho Grão Integral da Galeria na Rua das Laranjeiras, 43.

Korin é um exemplo que ilustra bem a confusão existente. A Korin é uma empresa de hortifrutigranjeiros que pertence à Fundação Mokiti Okada (FMO), mas a mesma fundação tem uma outra empresa apenas para certificar seus produtos, a Certificadora Mokiti Okada (CMO – um dos 600 selos verdes do país), o que faz com que todos os produtos da Korin sejam automaticamente certificados pela CMO.
Você deve estar pensando então que se a CMO (pertencente ao grupo FMO) já é certificadora, logo os produtos da Korin não precisariam de mais nenhum dos selos?
Errado, porque a empresa foi acusada de má fé e certificou-se também ao IBD, no caso dos vegetais. Já os ovos e frangos, além do IBD, passaram pela chancela da AVAL e da AECO, por estarem compreendidos em outras especificações sanitárias, como todo derivado animal…
Em tempo, a criação da Certificadora Mokiti Okada, custou uma fortuna à Fundação Mokiti Okada e foi criada com o intuito de suprir uma demanda que poderia servir à outros produtores-empresas, além da Korin.
Hoje, a empresa dá mais uma demonstração de boa prática ambiental disponibilizando suasembalagens em fécula de mandioca, sem qualquer alarde, enquanto a Taeq (segmento orgânico-wellness do Grupo Pão de Açúcar) divulgou falsas embalagens biodegradáveis em politileno em seu site, distribui as mesmas no comércio varejista e fez do assunto um dos temas do excelente e imparcial programa Cidades e Soluções sobre o Primeiro Supermercado Verde do país, não por coincidência um supermercado Pão de Açúcar.

Para quem quer se manter informado das novidades que estão sendo lançadas, como cacau, café e até eventos regados a massas e vinhos totalmente certificados, visite o bom blogOrgânicos do Brasil.
Para chás orgânicos, há a Tribal Brasil e, bebendo na rua, a Mega Mate – veja melhor aqui.

Transcrevo abaixo a cartilha do Governo Federal desenvolvida em conjunto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério do Desenvolvimento Agrário, chancelada pelo CONSEA, SDC, DEPROS e COAGRE.

O OLHO DO CONSUMIDOR É IMPORTANTE PARA GARANTIR A QUALIDADE DOS PRODUTOS ORGÂNICOS

Como identificar o produto orgânico no Mercado:

Para facilitar a identificação e dar mais garantia da qualidade dos produtos orgânicos, a legislação brasileira criou o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica – SISORG, no qual o Ministério da Agricultura passou a ser responsável por credenciar e fiscalizar as entidades que fazem a verificação se os produtos orgânicos que vão para o mercado estão de acordo com as normas oficiais.

Os produtos orgânicos que são acompanhados e aprovados por essas entidades credenciadas passam a utilizar o “Selo do SISORG”, que foi criado para facilitar a identificação dos produtos orgânicos no mercado


Este selo já começa ser utilizado este ano e, a partir de 2011, só poderão ir para o mercado os produtos orgânicos que estiverem com o selo, o que indica que sua produção está sendo acompanhada por uma entidade credenciada pelo Ministério da Agricultura.
Outra maneira para o consumidor ter a garantia que o produto é orgânico será conferindo se seu nome está incluído no Cadastro Nacional de Produtores Orgânico, que estará disponível na página do Ministério da Agricultura, na internet.

Os produtos orgânicos na venda direta sem certificação:

As feiras e pequenos mercados de produtores orgânicos são, cada vez mais, ótimas opções para você comprar diversos produtos orgânicos fresquinhos e diretamente do agricultor.

A legislação brasileira reconhece a importância dos laços de confiança estabelecidos diretamente entre produtores e consumidores no sistema de venda direta (sem intermediários). Esse tipo de mercado tem crescido com a ampliação do número de feiras orgânicas e de produtores que fazem entrega em domicílio.

A partir de 1 de janeiro de 2011, todos os produtores que trabalham com venda direta sem certificação devem possuir a Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado a Organização de Controle Social – OCS. Esse cadastro é feito junto a Superintendência Federal de Agricultura da unidade da federação onde o produtor está sendo sediado e com isto garantimos a também rastreabilidade desses produtos para os casos em que surjam dúvidas da sua qualidade orgânica.

Atenção: Nestes casos os produtores não terão o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica.

Informações: organicos@agricultura.gov.br

Nota: vi recentemente uma Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado a Organização de Controle Social – OCS pendurada na barraca de um feirante orgânico, é um papel branco e timbrado com selo da República, como um alvará.
Feirantes convencionais também precisam de licença, com o mesmo timbre, apenas o texto e o tipo da licença são distintos. Vamos torcer para a fiscalização ficar em cima e essas licenças realmente servirem ao seu propósito.

Para não dizer que não falei de flores: fuja de tudo que levar açúcar refinado ou qualquer de suas muitas formas, não existe açúcar (mascavo, demerara, cristal, etc) orgânico – mais informação em Mamãe não passou açúcar em mim!

Para comprar direto do produtor:
Mapa Nacional de Feiras Orgânicas no site do Instituto de Defesa do Consumidor

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